Arquivo do mês: julho 2011

30
julho
2011

Gente, tem coisa mais gostosa do que comer um bolinho de fubá no meio da tarde com um cafezinho? Bom, eu pelo menos adoro! Para mim bolo é bem vindo a qualquer hora e em qualquer lugar. Adoro o cheirinho de bolo assando no forno! E adoro também apreciar o crescimento dele! Haha… boba eu né?
Gosto tanto de assar bolos que resolvi dividir com vocês uma receita bem gostosa, prática e simples de fazer.
Aqui vai ela:

INGREDIENTES:

4 gemas
1 xícara (chá) de açúcar
1 xícara (chá) de farinha de trigo
1 xícara (chá) de fubá
1 xícara (chá) de óleo
1 xícara (chá) de leite
1 colher (sopa rasa) fermento em pó

MODO DE FAZER:

Em uma batedeira, bata as gemas com o açúcar, a farinha de trigo, o fubá, o óleo e o leite. Reserve. Bater as claras em neve e misturar na massa sem bater. Quando a mistura estiver bem homogênea, acrescente o fermento em pó e misture mais um pouco.
Untar uma assadeira (aprox. 22 cm diâmetro) com o cone no meio, com manteiga e farinha ou  com o untador industrial PAM para assar bolos, que também é muito prático.
Assar em forno médio 180˚ de 35 a 40 minutos. Pode desenformar quente ou frio.

Atenção: não abra o forno de maneira nenhuma enquanto o bolo estiver assando, senão ele desanda, murcha e não cresce mais.

A gente sabe que o bolo já está quase no ponto quando o cheirinho dele começa a invadir a sua casa. Hummmm…é bom demais!!

Bon appétit!

Untador industrial PAM para bolos (BAKING). É encontrado facilmente em redes de supermercado.

 

 

28
julho
2011

Você sabe o que é RAMADAN?

Rama o quê??

RAMADAN!

Ah ta… é alguma comida típica?

Nãoooo!! Ramadan é o mês sagrado na religião Islâmica! É a época do ano em que se pratica um dos cinco pilares que sustentam a religião. Um deles é jejuar durante todo o mês sagrado do nascer ao pôr- do-sol, que neste ano caiu em agosto em função do calendário lunar, mas dependendo do ano pode cair em outra época.

Hummmm…, quer dizer então que não se come nada o mês inteiro??

Para os muçulmanos, bem antes da alvorada, há uma pequena refeição chamada “su-hoor“ que é como se fosse o café da manhã habitual, feita com alimentos e bebidas. Depois dessa refeição (o sol já estará prestes a nascer), e aí começa-se o jejum. Assim que o sol se põe, já é permitido comer e beber novamente.

Puxa, mas isso tem que acontecer justamente agora, na época mais quente do ano??

Tudo vai depender do calendário lunar. Normalmente acontece nessa época. A palavra Ramadan está relacionada com a palavra árabe ramida, “ser ardente”, possivelmente pelo fato do Islã ter celebrado este jejum pela primeira vez no período mais quente do ano.

Ahhh, entendi!! Uma ótima maneira de perder uns kilinhos hehe!!

Bem, o objetivo é estimular um sentimento de proximidade com Deus, e durante esse período os muçulmanos devem expressar a sua gratidão e dependência a Ele, se reconciliar com seus pecados e pensar nos necessitados. Também ajuda sermos mais tolerantes e humildes com os outros e com nós mesmos além de limparmos o nosso corpo das toxinas.

O jejum não é imposto como uma forma de punição, mas sim como um ato de devoção, de auto-disciplina. É um tempo para a oração, unificação, paciência, caridade, e o auto-sacrifício. O mês de Ramadan oferece uma oportunidade especial para reviver, renovar e revigorar a fé. Orienta a arte de equilibrar as essências espirituais com as necessidades físicas, uma prova viva de que em todos nós há uma força de vontade,  elemento pivô que controla as nossas ações. Isso é necessário para nos ajudar a coibir as nossas tendências animalescas originadas do estômago.

A idéia é fazer esquecer a nossa origem, cor, raça, despertar a nossa mente, reascender e clarear os nossos pensamentos e a nossa consciência de Deus. O jejum é a sobriedade da mente e a reconstrução das nossas faculdades espirituais.

Bom, mas no meu caso, ao invés de clarear minhas idéias, eu é vou ficar totalmente desorientada!!!

Bom, realmente passar fome não é nada agradável. Mas é exatamente esse o desafio: o auto-controle, pois sentindo a dor da fome, se dá valor àqueles que não tem o que comer, ajudando assim, aos mais necessitados. Ao término de cada dia, com o início do crepúsculo, é obrigação do muçulmano quebrar o jejum imediatamente, mesmo antes da oração, suplicando a Deus Criador, segundo relato de Maomé as seguintes palavras: “Se foi a sede, hidrataram-se as veias, e se alcançou a recompensa, com a permissão de Deus”.  A partir daí, comemor-se com amigos e familiares com uma grande refeição chamada iftar e é o momento para celebração de fé e de alegria. A tradição é servirem enormes banquetes nos restaurantes e tendas montadas ao lado das mesquitas especialmente para esse fim. Após esta refeição, é prática social sair com a família para visitar amigos e familiares e reunirem-se para a oração.

E se eu, que não sou muçulmana(o), estiver em algum lugar público e quiser beber ou comer alguma coisa?

É melhor evitar e ir para um lugar reservado, sem que outras pessoas vejam, como uma questão de respeito e consideração com os fiéis. Nos escritórios, há uma ala específica para os não praticantes poderem fazer suas refeições, sem que os muçulmanos vejam. Em hotéis a mesma coisa.

O jejum é obrigatório para todo muçulmano que tenha atingido a puberdade e que goze de perfeita saúde física e mental. A gestante e a lactante, a mulher menstruada (nesse caso vai da consciência de cada uma!!) ou em resguardo pós-parto e os enfermos ou em viagem estão isentos do jejum, devendo repor os dias não jejuados após o término do período que o impossibilita de jejuar. Esta reposição é feita após o mês sagrado, podendo ser em dias alternados ou seguidamente, mas terá como prazo o último dia antes do início do próximo mês de Ramadan. Para o idoso ou portador de uma doença incurável, o jejum deixa de ser uma obrigação, devendo fornecer uma refeição a um necessitado (ou o valor equivalente) por cada dia não jejuado, caso tenha condições.

Em época de Ramadan, o horário de trabalho é reduzido, possibilitando os fiéis a fazerem suas preces.

Tâmaras, mais conhecidas como “dates” – fruta típica da região para se quebrar o jejum. Eu que nunca tinha experimentado, adorei! É docinha e uma delícia!

Iftar na Arabia Saudita

Celebrando o Iftar

Paquistanês alinhando a comida a ser servida na mesquita após o dia de jejum para celebrar o  Iftar

 

Ramadan Kareem! (Que Deus te dê um mês abençoado).

23
julho
2011

Conversando com um amigo meu sobre meu último post, ele questionou alguns pontos que gostaria de dividir com vocês.

Ele queria saber por que comprar sapatos no Brasil se eu moro em Dubai, a cidade das compras?

Bom, primeiro porque já rodei quase todas as lojas daqui a procura de roupas e sapatos e não encontrei nada que chegasse perto da qualidade dos produtos brasileiros (pois é!). E para não ser injusta, tentei até as lojas de grife, só para tirar a prova dos nove. Mas nem isso! Os cortes e caimentos não tinham o mesmo conceito. E mesmo que tenham, custam os tufos! Sapatos de bom gosto e confortáveis? Esquece! Ou são bonitos, mas não tem boa fôrma, ou são daqueles confortáveis demais e completamente sem estilo. Agregar os dois não rola. Então, a saída era mesmo a nossa indiscutível marca brasileira.

Segundo, porque sou fã de carteirinha dos nossos produtos! Defendo, sim, com unhas e dentes o nosso mercado interno. Somos um país auto-suficiente em tudo, ou quase tudo, e com excelente qualidade! O brasileiro tem essa mania de achar que tudo que vem de fora é melhor. Eu não acho. Isso já foi. Hoje temos um mercado pra lá de competitivo! De produtos para hidráulica a lingeries, são todos de primeira linha! Hoje, o Brasil vende excelência em quase tudo que exporta!! E quem não exporta, deveria.

Aqui nos Emirados Árabes por exemplo a única coisa que não é importada é o petróleo!! O resto, TUDO vem de fora! Inclusive do Brasil! A única vantagem de se comprar coisas por aqui, é que não há taxas (impostos) e, assim, algumas coisas acabam saindo mais baratas. Uma vez, nos Estados Unidos,  comprei uma bota que era linda e superconfortável. Quando fui conferir a fabricação: Made in Brazil hahahaha!

Outro ponto que conversamos foi sobre as mudanças de países que não são tão simples. Tudo é novo!! Temos que descobrir as ruas, os endereços, os caminhos, os lugares, as pessoas, os melhores e os piores, onde isso onde aquilo, e ninguém te dá nada de mão beijada. Tudo é com você! Dia a dia, é uma procura insana de onde fica isso, onde tem aquilo. Ok, a primeira vez é instigante, você está cheio de energia para explorar e descobrir as coisas. Mas, depois da terceira ou quarta mudança, já não é tão bacana assim. Enche, cansa, exaure de fazer as mesmas coisas tudo outra vez. Chega uma hora que você quer parar em um lugar só. Chega uma hora que você já não sabe mais onde colocou aquele documento ou aquela nota fiscal, ou aquela anotação que era tão importante, mas que naquele momento você não lembra onde foi parar! Ou então, aquele caderninho de endereços ou aquele álbum de fotos que você queria tanto completar um dia. E com a idade então, hahaha… fica ainda pior! Fica tudo meio nublado, meio perdido. Parece que fica tudo no meio no caminho…

Mudar de país significa largar tudo para trás, inclusive os amigos, que é o que nos ajuda a seguir em frente, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza. Agora, só atravéz da telinha do computador e olhe lá! Salve o Facebook!! Na vida real, temos que descobrir novos amigos, e isso não se faz da noite para o dia. Nem sempre aquele amigo do trabalho, ou vizinho tem a mesma afinidade que você. Colegas talvez. Mas amigos, aqueles que já criaram laços e que já te conhecem de trás para frente, é bem mais complicado. Sentimos falta deles! O convívio do dia a dia, daquele fim de semana em casa, na praia ou no restaurante…não existe mais. As festas divertidas, as piadas, as brincadeiras, as músicas, os gestos, e até o humor, quando a gente muda, TUDO MUDA!! Se temos a sorte de fazer amigos brasileiros, menos mal, estamos mais perto de casa. Mas, se são estrangeiros…aí a coisa complica! Como é que você vai cantar “Se chorei ou se sorri”, ou ” Explode coração” para um estrangeiro?? Não rola!!! Por mais que você tente se adaptar a eles e eles a você, não é a mesma coisa!  São hábitos diferentes, comidas diferentes, modo de se vestir diferente, tudo é diferente! E aí? Cadê a afinidade?? Caiu aqui embaixo da mesa…

Pois é. Mas, como não podemos ficar excluídos, temos que nos adaptar, com esse ou com aquele, com afinidade ou não. Porque são esses que nos cercam, e nem sempre damos a sorte de encontrar pessoas com quem nos identificamos. E aí aprendemos a nos adaptar com as novas situações, os novos grupos, com hábitos e costumes completamente diferente dos nossos. Pessoas com as quais você não sabe nada da vida delas e nem elas da sua. E quando começamos a nos identificar com eles…lá vamos nós de novo para um outro lugar, uma nova casa, uma nova vida e deixamos todos aqueles laços outra vez para trás.

É, pensa que é fácil? Mas não é não! Ainda que a tecnologia tenha aproximado muito mais as pessoas hoje em dia, ainda não inventaram nada que substitua o velho e gostoso abraço de um amigo querido. Sim, aqueles com quem você dava boas gargalhadas e se sentia à vontade para beber além da conta, já não fazem mais parte do seu dia-a-dia. Esses amigos agora estão longe. E o que dói mais: ainda estão no seu coração.

Aqui em Dubai, eu tive a sorte de encontrar um grupo de brasileiras muito bacanas e para lá de divertidas. Beijos pra vocês!

Enfim, mudar é trocar. Trocar de casa, de endereço, trocar de vizinhos, trocar de amigos, trocar de médicos, dentistas, sapateiro, costureira, cabeleireiro, empregada (ah essas são as que mais fazem falta!!), trocar de clima, de costumes, de comida, de cheiros, enfim, de TUDO, e tentar se adaptar da melhor forma possível, para que essas trocas não façam tanta diferença!

 

20
julho
2011

Há alguns meses comprei 3 pares de sapatos em uma loja on-line no Brasil. Mandei entregar no meu endereço do Rio, para que a minha funcionária pudesse mandar para mim aqui em Dubai, com mais algumas guloseimas de supermercado (claro!), o que ela já estava acostumada a fazer. Pois bem, aí começam as dificuldades de se morar em um novo país. A gente “pensa” que é tudo igual,…mas NÃO É ! Um endereço é um endereço, nome da rua, número da casa ou apartamento, bairro, estado, país e CEP. O que tem de errado nisso, certo? Errado! Erradíssimo!! Aqui não é bem assim! Se você é da época que não cansou de cantar Please Mr Postman dos Carpenters, então pode ir tirando o cavalinho da chuva porque por aqui não passa nem vento de pombo-correio! Se quiser receber suas correspondências “comme il faut” (como deve ser) é obrigatório ter um P.O. Box, senão, não chega nadica de nada. E quando perguntei ao fôfo do meu marido qual era o endereço daqui para a minha ajudante mandar os meus sapatos, ele me disse: “Se for pacote, coloca o endereço de casa, assim eles entregam na nossa porta” (hum hum). “Mas se for uma correspondência normal, pode mandar aqui para o escritório” (o qual tinha P. O. Box, mas eu não sabia). Até hoje não entendi porque ele me deu essa informação!? Mas… tudo bem. Vamos em frente rumo aos meus sapatos….

Passei então o endereço daqui de casa para minha ajudante no Brasil, pois como era um pacote, dei o endereço de casa. Expliquei detalhadamente como ela deveria escrever no pacote, e mais tarde ainda me certifiquei de que ela havia feito o serviço direitinho.

Tudo certo? Tudo errado!!

Ansiosa, certa e feliz de que minha encomenda estaria chegando dentro de alguns dias (no máximo 15 dias, contando com atrasos, fins de semana e qualquer possível feriado..) fiquei aguardando pacientemente os dias e as horas passarem para que a minha caixinha chegasse. Mas nada! Nem preta, nem branca, nem de cor nenhuma. Quinze dias se passaram e nem sinal de fumaça da minha encomenda. Ok, vamos dar um desconto, as vezes as coisas não acontecem na mesma velocidade que esperamos. Resolvi dar mais uns 5 dias de “lambuja”. Do meu escritório, eu olhava na janela com o pescoço erguido como um caramujo quando sai da concha para ver se algum santo homem descia de qualquer meio de transporte que passasse aqui na frente (motinho, bicicleta, carrinho rolemã, skate, qualquer coisa), desde que me trouxesse um volume parecido com a minha caixa de sapatos, eu não queria nem saber como ele chegou aqui. Já estava até me conformando com um transeunte qualquer, passeando com cachorro, gato…mas…nem isso! Nem um reles barulho de motor! Comecei achar a demora estranha e o frio na barriga também começou a aumentar, só que para o outro lado. Ao invés de ser de felicidade, era de desespero, porque eu já sabia que naquele mato não tinha coelho, nem cachorro, muito menos carteiro.

Finalmente, depois de muito esperar e perceber que os meus sapatos não iriam chegar tão cedo aos meus pés, resolvi passar a mão no telefone e ligar para o correio para me certificar de que “aquela informação que o meu marido tinha me passado” estava realmente correta (o que eu já deveria ter feito há muito tempo!!). O que não foi para a minha surpresa ouvir do atencioso funcionário árabe/filipino/indiano/ou seja lá qual for a sua nacionalidade de pronúncia duvidosa,  que se na minha encomenda não tivesse um P.O. Box no endereço do destinatário, ela voltaria para trás, ou seja, no endereço do remetente, ou seja, Brasil, ou seja, ferrou, pois aqui nos Emirados, P.O. Box “is mandatory“!!!!!

Hahahahahaha….meus neurônios começaram a dar um nó!!!

Não preciso nem dizer que  eu queria TORCER o lindo pescocinho do meu marido, pois segundo a minha experiência, quando isso acontece, o pacote não só gira o mundo como demora de três a quatro meses para voltar para o remetente, ou seja, Brasil, e só depois disso é que eu poderia tomar alguma providência! Daí já viu…os sapatos que eram para ser usados no verão, vão ser usados só no inverno!! Mais seis meses sem os meus sapatinhos!!! Eu fiquei tao felizzzzzz!!!!

Enfim…nessas alturas não adiantava mais chorar o leite derramado….nao tinha o que fazer a nao ser esperar, esperar, e esperar! Quando eu podia imaginar que um endereço, uma coisa tão comum, que “em qualquer lugar funciona” menos aqui, seria tao complicado??
Pois é, mas aqui é assim. A gente tem que ir na agência do correio e abrir uma caixa postal (P.O. Box) para poder receber nossas correspondências. E esse é apenas um pequenino exemplo dos embaraços que encontramos nessa vidinha de cangurus!

Quer mudar de país??? É bommmmmm….você envelhece mais rápido, a tolerância vai a zero, os cabelos viram palha, aquela referência de família vira pó, e os amigos, ahhhh….se não fosse o Facebook, você tava ferrado kkkkkkkkk!!!

Baked potatoe for dinner!

 

13
julho
2011

Falar de um grande líder nos dias de hoje é um assunto bem complicado, raro e difícil. Ainda mais em território árabe, onde nos últimos meses, só se ouve falar em queda de governo, revoluções e reivindicações.

Mas morando por aqui, é bem mais fácil entender “os porquês” das reivindicações de cada “tribo” e suas insatisfações.

Aqui nos emirados por exemplo, tudo é muito tranquilo porque o povo está satisfeito com o seu governo.

E a razão maior de tanta satisfação se deve ao grande mentor e líder Sheikh Zayed bin Sultan Al Nahyan, que fundou e governou os Emirados Árabes Unidos durante 33 anos (1971-2004).

Para os cidadãos dos emirados, a grande maioria dos quais eram jovens demais para lembrar qualquer outro líder, ele não foi apenas um presidente e governador, mas também um pai. Seu falecimento, como era de se esperar, foi um derramamento de pesar em todo o país, tanto entre os cidadãos dos Emirados Árabes Unidos assim como os expatriados, muitos dos quais viveram a maior parte de suas vidas aqui.

Como já comentado em post anterior, a religião para eles é um fator sine qua non e tudo é baseado no que prega o Corão ou Alcorão (em inglês: Quran) – livro sagrado do Islamismo. E foi através desses ensinamentos que sheikh Zayed se orientou para proporcionar ao seu povo uma vida digna, além do progresso que trouxe para o seu país.

Os Emirados Árabes Unidos hoje é o memorial do sheikh Zayed – e não apenas na sua infra-estrutura física, mas, mais na importância que ele deu a seu povo.

Olha esse vídeo que bacana:

Nascido em 1918 em Abu Dhabi, sheikh Zayed era o mais jovem dos quatro filhos do sheikh Sultan bin Zayed Al Nahyan, governador de Abu Dhabi nos anos de 1922-1926. Ele foi nomeado o sucessor de seu avô, o sheikh Zayed bin Khalifa, que governou o emirado 1855-1909, o mais longo reinado nos três séculos e meio desde que a família Al Nahyan emergiu como líder do emirado de Abu Dhabi.

A vida para os membros da família real, era simples. A educação era confinada a aulas de leitura e escrita, juntamente com instruções em Islã com o pregador local, enquanto as instalações modernas, como estradas, comunicações e serviços de saúde eram visíveis apenas à distância. O transporte era de camelo ou barco, e o rigoroso clima árido significava que a própria sobrevivência era muitas vezes uma grande preocupação.

De suas viagens pelo deserto, sheikh Zayed desenvolveu uma compreensão da relação entre o homem e o seu meio-ambiente e, em particular, a necessidade de assegurar a utilização sustentável vindo dos recursos naturais.

Em 1953, sheikh Zayed fez sua primeira visita à Europa, e ficou impressionado com as instalações das escolas e hospitais que visitou, e voltou determinado de que o seu próprio povo deveria ter o benefício de instalações semelhantes:

“Eu tinha vários sonhos. Sonhava com a nossa terra aproximando-se com o mundo moderno, mas eu nada podia fazer, porque eu não tinha os meios em minhas mãos para alcançar esses sonhos. Eu tinha certeza, no entanto, que um dia eles se tornariam realidade”.

Como diz o ditado “Deus dá o frio conforme o cobertor”.  E deu mesmo! A região foi abençoada pela descoberta do petróleo, e foi através desse recurso que sheikh Zayed pode realizar o que tinha em mente. Ele estava com a faca e o queijo nas mãos e fez disso um belo sanduiche!! Utilizou as receitas advindas do petróleo na construção de hospitais, escolas, universidades, dando acesso gratuito para os cidadãos dos EAU. Construiu moradias populares decentes, forneceu transportes públicos confortáveis e eficientes, institui assistência médica de qualidade, construiu estradas, aeroportos,  criou empregos…, enfim, deu ao seu povo o que ele precisava para ter uma vida de qualidade. Como é que isso não reverteria em total gratidão?? Está aí a resposta do porque que aqui não há revoluções, insatisfações, reivindicações, crime ou vandalismo. Aqui as pessoas parecem viver em completa harmonia. E olha que apenas 20% da população é “emirati“. Em todos os cantos da cidade, de dia ou de noite, não há com o que se preocupar. É um lugar que te dá paz. As vezes chego a conclusão de que rezar 5 vezes ao dia faz mesmo a diferença!! Mas calma! Nem tanto ao céu nem tanto a terra! Nada de fanatismos!

Mas voltando…

Sheikh
Zayed nasceu para ser líder! Nasceu na hora certa e no lugar certo. Era um homem de visão e queria trazer o progresso para o seu país. Ao contrário de muitos políticos que conhecemos, ele tinha vontade de realizar, botar a mão na massa e fazer acontecer. Acreditava que o trabalho sem sacrifício não tinha mérito. Ele queria fazer do seu país um exemplo. E fez.

Quando andamos pela cidade parece que ele está em todos os lugares. Nas calçadas bem alinhadas, nas praças bem cuidadas, nos transportes públicos, no capricho dos viadutos, nas casas populares, nas arquiteturas e projetos icônicos, nas rodovias arborizadas, enfim, é realmente de se admirar o quanto ele fez pelo seu país. E claro, o seu retrato está por toda a cidade. Estou até pensando em colocar um também em cima da minha cama, tal a admiração que passei a ter por ele…hehe!! (menos Teresa, menos…).

Mas o que me fascina, é que, no meio de tanto asfalto e progresso, nos estamos mesmo é rodeados de areia e literalmente no meio do deserto! As laterais das estradas ao invés de verde, é um mar de areia infinito.
Essa paixão que a gente vai alimentando pelo lugar,  é uma sensação única, que só quem vive aqui é que pode sentir o amor que Sheikh Zayed tinha pelo seu povo e pelo seu país. E eu, estou completamente apaixonada por ele!

Outros benefícios que sheikh Zayed fez para o país, foi decretar que o estado assumiria os custos dos serviços de saúde para famílias estrangeiras incapazes de arcar com tais despesas, além de a adoção de centenas de órfãos e a construção de vários hospitais no exterior, principalmente na Europa, Ásia e África.

Sheikh Zayed com o seu povo

 

Muitos observadores estrangeiros não acreditavam na sua administração e idéias, prevendo que o novo país – Emirados Árabes Unidos – não sobreviveria, achando que haveria disputas entre eles devido à grande disparidade no tamanho, a população e o nível de desenvolvimento dos sete emirados.

Mas Zayed era mais bem informado sobre o caráter do seu povo e naturalmente mais otimista. Com muito trabalho e dedicação, sabia que seus ideais seriam alcançados.

“O que tem sido realizado superou todas as nossas expectativas, e que, com a ajuda de Deus e uma vontade sincera, confirma-se que não há nada que não possa ser alcançado a serviço do povo, se a determinação é firme e as intenções são sinceras”.

Está aí uma observação de peso: intenções sinceras!  Isso ele pôde aplicar com tranquilidade, pois a cultura do país seguiu e segue rigorosamente essa filosofia. Bem diferente do nosso querido e corrupto Brasil!

Dedicação e seriedade

 

As previsões pessimistas no entanto foram esmagadoramente demonstradas serem infundadas. Nos 33 anos que se seguiram, os EAU não só sobreviveram, mas desenvolveram um patamar quase sem paralelo. O país tem sido totalmente transformado. Sua população passou de cerca de 250.000 em 1971 para uma estimativa de cerca de 4,3 milhões no final de 2004. Houve progresso, em todos os sentidos como na prestação de serviços sociais, saúde, educação, assim como os setores de comunicação e da economia petrolífera e não petrolífera. A consequência disso foi um alto padrão de vida que se espalhou ao longo dos sete emirados, a partir de cidades ultra-modernas até as áreas mais remotas do deserto. A mudança, aliás, ocorreu em um contexto de estabilidade política e social invejável, apesar da insegurança e os conflitos que tem perseguido a maior parte da região do Golfo.

Quando perguntado pelo jornal The New York Times, em abril de 1997, por que não havia democracia parlamentar eleita, Zayed respondeu:

Por que devemos abandonar um sistema que satisfaz o nosso povo, a fim de introduzir um sistema que parece gerar discórdia e confronto? Nosso sistema de governo é baseado em nossa religião e é isso que o nosso povo quer. Eles devem buscar alternativas, e estamos prontos para ouvi-los. Nós sempre dissemos que o nosso povo deve exprimir as suas exigências abertamente. Estamos todos no mesmo barco e eles são o capitão e a tripulação. Nossas portas estão abertas para qualquer opinião a ser expressa, e são bem conhecidas por todos os nossos cidadãos. É nossa profunda convicção de que Deus criou as pessoas livres e receitou que cada indivíduo deve desfrutar de liberdade de escolha. Ninguém deve agir como se apenas alguns mandassem nos demais. Aqueles em posição de liderança devem lidar com seus súditos com compaixão e compreensão, pois esse é o dever ordenado a eles por Deus, que nos orienta para tratarmos bem todas as criaturas, para que possam viver com dignidade. Como podem faltar coisas para a humanidade, se temos Deus como nosso criador? Nosso sistema de governo não deriva sua autoridade do homem, mas está consagrado na nossa religião e é baseado no livro de Alá, o Corão. Que necessidades temos mais que os outros? Seus ensinamentos são eternos e completos, enquanto os sistemas conspirados pelo homem são transitórios e incompletos”.

E não parou por aí! Grandes extensões de terras também foram distribuídas gratuitamente à população. Essa política também beneficiou algumas famílias mais afortunadas, na proporção de seu status e influência junto à família real. Sua majlis (tradicional consulta árabe do conselho) era aberta ao público, para discutir questões nacionais e pessoais. Também era tolerante com outras crenças, permitindo a construção de edifícios religiosos, como igrejas e templos. Essa ação em particular, ajudou sua imagem com as vastas multidões de trabalhadores estrangeiros que compõem hoje cerca de três quartos da população dos Emirados Árabes Unidos. Zayed também foi um defensor da educação e da participação das mulheres no mercado de trabalho. E cá pra nós, ele não era de se jogar fora não!!!

Zayed na sua época de beduíno

 

Sheikh Zayed em uma de suas viagens

 

Sheikh Zayed sempre carismático!

 

Sheikh Zayed e o comprimento característico entre os emiratis. Muito fofinho!!

 

Sheikh Zayed bin Sultan Al Nahyan (1918 – 2004) – charmosão né?? – Foto Jack Burlot

 

Sheikh Zayed teve 9 esposas e 27 filhos!!! Nada bobo ele hein!!

 

04
julho
2011

Para entender um pouco melhor esse mundo fascinante de kandouras e abayas, aqui vai um pedacinho da sua história.

Apesar de os Emirados Árabes Unidos serem um país relativamente jovem (1971), sua história vem da época dos beduínos, que usavam camelos para procurar água e comida no deserto.

Em inglês, pessoas nascidas em U.A.E. (United Arab Emirates), são chamados de “Emiratis”. E é assim que vou chamar esse povo tão simpático e acolhedor.

Mas… o que significa Emirados?

Emirado (em árabe: imarah, plural: imarat) é o território administrado por um “emir” mas pode significar também outros tipos de territórios. O termo em árabe pode ser generalizado a uma província ou país que é administrado por um membro da classe dominante.

Entendi! Mas e “emir”, o que quer dizer?

Emir (por vezes escrito como Amir, do árabe comandante) é um título de nobreza historicamente usado nas nações islâmicas do Oriente Médio e Norte da Africa. Originalmente foi um título de honra atribuído aos descendentes de Maomé, séculos depois tornou-se utilizado em vários contextos, como por exemplo para referir chefes e nobres, como no caso dos Beduínos da Arábia e do Império Otomano.

Hummm, ta ficando interessante…

Em 1945, é formada a Liga Árabe, com 6 países, entre eles Egito, Iraque, Jordânia, Líbano, Arábia Saudita e Síria. Com o passar dos anos, outros países ao adquirirem independência britânica também se uniram a Liga Árabe. Entre eles: Iêmen, Líbia, Sudão, Marrocos, Tunísia, Kuwait, Argélia, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Catar, Omã, Mauritânia, Somália, Palestina (este ainda que não considerado um Estado, faz parte da Liga Árabe), Djibuti e Comores.

Os 22 países árabes

 

Os 22 países árabes no mundo

É importante lembrar que a cultura “árabe” não deve ser confundida como um todo. Apesar de a língua, a literatura, a culinária, a arte e a música fazerem parte do patrimônio cultural, não devemos imaginar que o mundo “árabe” seja um só. A população, os dialetos, os hábitos e a localização geográfica fazem toda a diferença. O único ponto em comum entre esses países é a religião Islâmica.

Então todos os árabes são muçulmanos?
Não necessariamente. Existe mais de 1 bilhão de seguidores da religião Islâmica, mas menos de 10% são árabes.

A religião que prevalece nos países árabes é o Islamismo e os seus seguidores são chamados muçulmanos. E, ao contrário do que se pensa, os “emiratis” não têm nada a ver com o fanatismo da família saudita Osama Bin Laden. Aqui todos são muito hospitaleiros, atenciosos, simpáticos. Respeitam os estrangeiros mas também querem ser respeitados. São muito receptivos e fazem de tudo para agradar. É muito bacana isso. O que não podemos esquecer é que, apesar de não sermos tolhidos com os nossos trajes modernos, é sempre bom lembrar que nós somos os “convidados” aqui e que vestir-se com moderação é no mínimo uma questão de respeito com a religião da casa. Isso é válido para lugares públicos e durante o dia. Na vida noturna, não há nenhuma restrição. Pelo contrário. Os mocinhos da casa sabem como ninguém como se vestir e posso garantir que são bem moderninhos! Da gosto de ver!

O que me chamou bastante a atenção quando cheguei aqui, foram as fotos gigantescas dos líderes que estão espalhadas por toda a cidade e são o orgulho do país. Agora, meu orgulho também!

Olha so’ o nominho deles:

HH (His Highness) Sheikh Hamdan bin Mohammed Al Maktoum - Crown Prince of Dubai

 

HH Sheikh Khalifa bin Zayed Al Nahyan - Atual presidente dos Emirados Árabes Unidos e governador de Abu Dhabi

 

HH Sheikh Zayed bin Sultan Al Nahyan (1918 - 2004) - Grande mentor e líder dos Emirados Árabes Unidos

Vale lembrar que até 1940 (quando o petróleo foi descoberto), a cidade de Dubai era uma cidade sem expressão, e a maior fonte de renda nos emirados era o comércio de pérolas, onde os pescadores mergulhavam no Golfo Pérsico sem equipamentos adequados, tornando assim, a profissão bastante arriscada.

Com a saída dos ingleses do Oriente Médio, tornou-se necessário criar uma união com os outros emirados. Assim, em 2 de dezembro de 1971, nascia os Emirados Árabes Unidos, formado por 7 emirados: Abu Dhabi, Ajman, Dubai, Fujairah, Ras al-Khaimah, Sharjah e Umm al-Quwain. A capital é Abu Dhabi, que é também o centro do país, de atividades políticas, industriais e culturais. Desde então, o pais vêm crescendo substancialmente e se tornando um grande polo de negócios e turismo.

Emirados Árabes Unidos e suas fronteiras

 

Os 7 Emirados Árabes Unidos

 

Dubai 40 anos atrás (apenas!!)

 

Dubai nos dias de hoje - Junho de 2010